Carol Costa/Minhas Plantas
XAXIM
Não havia “vaso” mais perfeito para as orquídeas do que o feito de xaxim: ao mesmo tempo em que suas fibras retinham água sem encharcar as raízes, liberavam gradualmente os nutrientes de que planta precisava. O que era vantagem para os orquidófilos logo se transformou em uma tremenda desvantagem para o samambaiaçu, nome dado à palmeira da qual se extraía o xaxim. Depois de séculos de desmatamento — uma árvore pode precisar de mais de 20 anos até chegar ao tamanho de corte —, o Brasil finalmente proibiu a venda desenfreada desse material e, hoje, somente produtores certificados podem comercializar vasos de xaxim.
Apesar de ser muito conhecido de nossos avós, o xaxim é uma palmeira que pouca gente já viu na natureza. Adaptada ao frio da região sul do país, essa exuberante espécie é comum em Santa Catarina, onde batiza uma pequena cidade: Xaxim.A árvore deve ser cultivada em solo rico em matéria orgânica, em ambiente úmido, fresco e sombreado. Por ser primo das avencas e samambaias, plantas muito primitivas, o xaxim também não produz flores — sua reprodução se dá por brotos que surgem na base da planta-mãe ou por esporos, aquele “pozinho” que fica no verso das folhas.
E quanto aos colecionadores de orquídeas? Bem, sem poder comprar xaxim indiscriminadamente, quem cultiva essas flores passou a usar outros tipos de substratos, em especial uma mistura de fibra de coco, casca de pinus, musgo esfagno e pedaços de carvão, que juntos simulam as características do xaxim. Substratos regionais também entram nessa lista, caso das sementes de açaí e babaçu ou da espiga de milho seca. Por tudo isso, se você herdou um vaso de xaxim, saiba que tem uma verdadeira joia folheada nas mãos!Link
SAMAMBAIA-HAVAIANA
Quem olha uma samambaia não imagina que ela seja quase tão velha quanto os dinossauros. Essa primitiva família de plantas possui uma estrutura muito simples, incapaz de gerar flores ou frutos. Por ser um matusalém da jardinagem, a samambaia vem recebendo há décadas modificações genéticas que a tornam mais exótica e resistente, caso da mini-havaiana.
Como nas outras samambaias, essa versão miniatura se reproduz por divisão dos “caules peludos” ou por esporos, aquele pozinho marrom que fica embaixo das folhas: basta que eles caiam em solo bem fofo, úmido e rico em nutrientes, para que produzam mudas.
De porte pequeno e ótima para ambientes internos ou à meia sombra, a samambaia-havaiana deve ser mantida úmida e protegida de correntes de vento. Mantenha o vaso em local ventilado e de alta incidência de luz, mas onde não bata sol direto nas folhas.
Essa espécie reage bem à adubação orgânica: borra de café, saquinhos usados de chá, casca de ovo triturada e outros adubos caseiros podem ser usados uma vez por semana, polvilhados no substrato e regados em seguida.
(Crédito da foto principal: Sergio Oyama Jr.)