Vivendo por entre os países europeus em crise (já passamos por Irlanda, Portugal e Espanha); estes que agora vivem nosso passado brasileiro recente de FMI e dívidas externas; fomos capazes de viver e perceber em que nível anda o deslocamento desses países (ou grupos populacionais) para uma alternativa econômica mais plena e sustentável. Não imagine que este é um privilégio para jovens europeus, pois brasileiros podem contar com com inúmeros exemplos dentro de suas fronteiras, exemplos de atitudes de vanguarda que se tornaram referência no ambito mundial. Não que estes movimentos estejam entre as vontades dos governos políticos de Grécia, Portugal, Espanha Italia e Irlanda, porém sua população lentamente percebe e sente a possibilidade de uma vida mais razoável em termos consumo e produção. Estas iniciativas são totalmente independentes e pontuais, mas absolutamente ligadas por princípios básicos, e se expandem por esta grande rede neural que ocupamos. A chamada “transição” (atitudes que se voltam a mudança do estilo de vida consumista para um modelo sustentável e mais saudável) vem como, além de uma bóia de salvação, uma alternativa refrescante dentro de um modelo esgotado em todos os sentidos e soterrado pelo consumo e cultura massificada e inorgânica e, é claro, o Jardim do Mundo não poderia ficar para tráz deixando de mostrar para você o que acontece de diferente por aí e foi por isso que hoje trouxemos um exemplo bastante prático de um dos passos que nos mostram as possibilidades vindouras, já que juntos lutamos por objetivos comuns a todos habitantes do planeta terra:a autenticidade e a perpetuação da vida em todos os sentidos.
O jovem português Ricardo Meneses, 29, estava perto de concluir a faculdade de design de multimídia no Porto, segunda maior cidade de Portugal, quando decidiu trocar a vida acadêmica por uma carreira totalmente diferente.
Ao ver a dificuldade de colegas para obter emprego, em julho, Sousa parou a faculdade para dedicar-se à agricultura em terras da sua família.
“Não vejo possibilidades de trabalhar na minha área de formação”, afirma. Hoje, além de tirar os próprios rendimentos da produção de cogumelos e kiwis, já emprega mais uma pessoa na lavoura.
Ricardo é um entre muitos jovens portugueses que, por causa da crise europeia, recorreram à agricultura como fonte de trabalho e renda.
- Os portugueses sentiam que só ficava na agricultura quem não tinha oportunidade para outras coisas, não estudava, não ia para as cidades”, afirma a ministra. “Essa ideia está transformada.”
MAIORIA JOVEM
Com interesse no setor que ainda cresce, muitos jovens recorreram a programas estatais de incentivo. O principal deles, o Proder (Programa de Desenvolvimento Rural), mantido pela Comissão Europeia, tem uma linha de subsídios específica para jovens agricultores.
Ricardo, que trocou a faculdade de design pelo campo, recebeu apoio de € 30 mil (R$ 79 mil). Investiu outro montante parecido de recursos próprios e aproveitou uma área livre da família.
Na região da cidade de Amarante, no norte português, a Associação dos Agricultores Riba-Douro classifica como um “boom” a procura dos jovens pelo campo.
Dos 112 produtores rurais associados à entidade, hoje mais da metade (63) são jovens. Em 1997, quando a associação surgiu, tinha apenas 17 jovens em sua lista de 52 agricultores associados.
O interesse atual é sobretudo na produção de frutas, cogumelos e horticultura.
- São majoritariamente jovens cujos pais não tinham mais ligação com a agricultura, já estavam nas cidades, e que viram uma alternativa [no campo].
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, João Machado, diz que 2012 terminou com recorde de 3.000 jovens agricultores no país apoiados pelo programa europeu. “São pessoas com formação em outras áreas, mas que estão a criar seu emprego na agricultura.” Link